RIBATEJO
Há alguns meses que não refeiçoava com o Virgílio Gomes, jornadas paralelas ensopadas por chefe especialista em pastelões de fantasia. De comum acordo a refeição decorreu no restaurante O Poleiro, tamanino no espaço, grande no preparo das matérias-primas a redundarem em produtos qualificados, logo sápidos, logo gulosos.
RAPHINADAS
Não se deixe enganar pelo nome! Este se explica pelo fato de naquele endereço ter funcionado uma mercearia que mantinha suas aves instaladas num “poleiro” onde hoje se encontra a cozinha da casa. Daí a ideia para o estabelecimento do senhor Manuel Martins que, juntamente com seu irmão Aurélio e seu filho, tocam essa empreitada.
NOTÍCIAS MAGAZINE
Hoje tenho menos gosto em viajar.
O meu trabalho assenta numa rotina bastante fixa, que todos os outros pareceria entediante, e viajar desconcentra-me.
TIME OUT LISBOA
"Neste O Poleiro somos todos raposas", escreveu-se, em tempos, nesta revista para falar da casa onde Manuel Martins - com o filho Ricardo a ajudar - acarinha há quase 30 anos a cozinha tradicional portuguesa.
REVISTA DE VINHOS Nº 226
A cozinha deste O Poleiro que antes de ser restaurante foi lugar de venda de galináceos, é do mercado e de muito apuro sápido. É um prazer sentarmo-nos a uma das suas poucas mesas para comer, competentemente cozinhados, os produtos que são comprados todos os dias nos mercados lisboetas ou são selecionados nos melhores lugares, como é o caso dos enchidos de porco bísaro, que chegam de Montalegre.
REVISTA SÁBADO
Das duas uma: ou já se arriba a uma das salas deste restaurante, meio escondido, em Entrecampos, com uma ideia fixa do rumo a seguir ou poderá acontecer aquele terrível momento de angústia do guloso diante do cardápio de escolha. O caso não é para menos: o rigor do Poleiro começa obviamente na escolha dos produtos e na arte de os combinar da melhor forma. Há espaço para improvisos, como acontecerá de acordo com as sortes dos grelhados - em regra, garoupa, robalo, lulas, dourada e linguado, pela equipa de "mar salgado", contra entrecosto, cabrito, entrecôte de novilho, espetadas e costela de boi pelo time de "terra firme".
VEJA LISBOA
Se estiver pensando em jantar nesta casa à sexta ou sábado, é melhor reservar. As três salinhas costumam encher e os candidatos a uma mesa precisam aguardar no corredor, de pé mesmo. Mas quem é que se importa quando sabe que vale a pena? Tanto vale que o júri da VEJA Lisboa indica este restaurante cmomo o melhor da cidade (juntamente com O Galito) em cozinha tradicional portuguesa. Aqui não há crise; desde 1985 o negócio mantém-se firme e forte. A receita do sucesso está na cozinha: Manuel Martins, um dos proprietários e autor de iguarias inspiradas no Minho e Alentejo, como as gambas fritas com arroz de alho e coentros, as pataniscas de bacalhau com arroz de grelos e o cabrito frito com açorda de coentros. O manjar pode ser acompanhado de um dos melhores néctares portugueses.
NOTÍCIAS SÁBADO
Escrevo esta crónica rodeado de papelinhos onde tomei notas quase nenhuma delas me serve para o essencial, que é explicar por que razão se gosta deste restaurante. Ponto um: porque a sua comida é saborosa, suculenta. Ponto dois: porque grande parte dos pratos me reenvia à infância e à adolescência (eu gostava de comer, ao contrário de muitos enfezados). Ponto três: porque muitos amigos meus gostam. Às vezes, um destes pontos basta para me aconselhar um lugar e para eu o procurar; de outras vezes, há uma conjugação de factores. Um pouco de cada um.