VEJA LISBOA
O POLEIRO
Se estiver pensando em jantar nesta casa à sexta ou sábado, é melhor reservar. As três salinhas costumam encher e os candidatos a uma mesa precisam aguardar no corredor, de pé mesmo. Mas quem é que se importa quando sabe que vale a pena? Tanto vale que o júri da VEJA Lisboa indica este restaurante cmomo o melhor da cidade (juntamente com O Galito) em cozinha tradicional portuguesa. Aqui não há crise; desde 1985 o negócio mantém-se firme e forte. A receita do sucesso está na cozinha: Manuel Martins, um dos proprietários e autor de iguarias inspiradas no Minho e Alentejo, como as gambas fritas com arroz de alho e coentros, as pataniscas de bacalhau com arroz de grelos e o cabrito frito com açorda de coentros. O manjar pode ser acompanhado de um dos melhores néctares portugueses. Uma boa escolha é o tinto Maritávora, um novo rótulo do Douro. Mas, se quiser outra sugestão, pode perguntar a Aurélio Martins, irmão de Manuel e também proprietário de O Poleiro.É ele que ajuda a servir às mesas e explica aos clientes de primeira viagem a origem do nome da casa. Nesta rua tranquila de Entrecampos, há vinte e tal anos não havia nada além da criação de aves. Naquele tempo, onde hoje é uma cozinha do restaurante, funcionava um poleiro. Simples assim. O passado está retratado nas gravuras de aves que enfeitam a primeira sala - um espaço particular, com muita madeira escura e um balcão repleto de grandes vinhos (Quinta do Passadouro, Pape, Vale do Ancho, Esporão Reserva, Hexagon...).